quinta-feira, 26 de maio de 2011

Rendimento médio do trabalhador cai pelo 5º mês, aponta Dieese


O rendimento médio real (descontada a inflação) dos ocupados caiu 1,2% no país em abril, chegando a R$ 1.371. Já o dos assalariados ficou em R$ 1.422, apresentando redução de 1,9%. Março registrou o quinto mês consecutivo de diminuição da renda de ocupados e assalariados.
Os dados são da pesquisa mensal de emprego e desemprego realizada pela Fundação Seade e pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) em sete regiões metropolitanas e divulgada nesta quarta-feira.
Na Região Metropolitana de São Paulo o rendimento médio caiu pelo quinto mês consecutivo. Para os ocupados, o recuo foi de 1% e para os assalariados de 1,8% --que passaram a equivaler a R$ 1.490 e R$ 1.512.
Para Alexandre Loloian, coordenador técnico da equipe de análises da Seade, uma série de fatores contribuem para a "queda gradual e paulatina" da remuneração do trabalhador, como a inflação e a desaceleração da economia.
"Se há um mercado onde a lei da oferta e da procura funciona é o mercado de trabalho. Quando a economia cresce, cresce o rendimento. Quando se retrai, diminui. Isso é o reflexo de uma economia que cresceu 7,5% em 2010 e neste ano deve crescer entre 4,5% e 4%. Essa desaceleração também influencia e interfere no nível do ganho dos empregados"
Outro fator apontado pelo economista é o repique da inflação. "Quando a inflação cresce faz com que pessoas bem remuneradas sejam demitidas e substituídas por outras de menor salário. É uma prática comum nos recursos humanos e pode explicar esse movimento de queda."
REGIÕES
Na análise por região metropolitana, o rendimento médio dos ocupados reduziu em sete locais.
Salvador teve redução de 4,8%, para R$ 1.038. No Distrito Federal, a queda foi de 2,6%, para R$ 2.003.
Em Fortaleza, houve queda de 1,4%, para R$ 878, seguida por São Paulo, com queda de 1%, para R$ 1.490.
Recife apresentou recuo de 0,9%, para R$ 948, e Belo Horizonte, de 0,7%, para R$ 1.391. Porto Alegre teve redução de 0,3%, para R$ 1.395.

12 MESES
Entre março de 2010 e março de 2011, o rendimento médio cresceu 4,7% para os ocupados e 2,2% para os assalariados.
Regionalmente, no mesmo período, o rendimento teve retração apenas em Salvador, com recuo de 6,6%. Houve crescimento no rendimento dos ocupados nas demais regiões: em São Paulo (8,7%), Recife (7,8%), Fortaleza (3,1%), Porto Alegre (2,2%), Distrito Federal (1,3%) e Belo Horizonte (0,6%).
Segundo a Seade e o Dieese, a população ocupada exclui os trabalhadores assalariados e os empregados domésticos que não tiveram remuneração no mês, além dos trabalhadores familiares sem remuneração e os trabalhadores que ganham exclusivamente em espécie ou benefício.

Fonte: Folha de São Paulo

Um comentário:

  1. - Mãeee, o que é isso?
    - É a massa do pão que estou fazendo menino.
    - Vixeee não vai dar para nada desse tamanhinho!
    - Vai sim, está ai coberta, tomando sol que é para crescer, quando estiver pronta, vai dar quatro pães enormes, todos vão comer até cansar.
    Estranhei, porque éramos oito irmãos, mais meus pais, mas era domingo de manhã, sol saindo, dia de jogar bola, brincar, sem escola, tudo o que queríamos.
    Jogamos bola a manhã toda, voltamos almoçamos e voltamos a jogar.
    - Crianças, venham tomar café, gritou minha mãe, já são quatro e meia.
    Voltamos correndo cada uma lavou a mão como pode e ao sentar-se à mesa, fiquei admirado. Quatro enormes pães estavam ainda nas formas, quentinhos, com manteiga então... Uma delicia!
    Ao ler esta reportagem hoje, lembrei-me dessa passagem quando tinha ainda de oito a nove anos. Quando será que a massa da economia brasileira vai crescer o suficiente para todos se fartarem?
    Cresci, trabalhei a vida inteira, vejo hoje os netos crescerem a ainda não cresceu!
    Que vontade eu tenho de acreditar nos governos que se sucedem e dizem sempre que o bolo tem que crescer, para dividir para todos depois, com a mesma certeza que acreditava em minha mãe. Parece que meus netos um dia terão a mesma duvida...
    Ai que vontade de comer pão!

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