A REDUÇÃO TARIFÁRIA E O CUSTO PARA OS
TRABALHADORES E CONSUMIDORES
Realmente o
Brasil é um país de contrastes, somos a sexta maior economia do planeta e ainda
assim um exército de miseráveis está esquecido pelas ruas, aumenta a
formalização do mercado de trabalho, mas a qualidade do emprego cai, o TSE
promove avanços na tecnologia de coleta de votos, mas permite a farra de
partidos políticos com o dinheiro público. Somos um país do futuro, pena que a
corrupção e a miopia política retardem a chegada deste futuro.
Até quando a
sociedade aceitará de forma passiva que o manto diáfano de parte da imprensa a
serviço do poder deturpe o entendimento por parte do povo, que é preciso rever
o modelo de desenvolvimento adotado no país e, rediscutir o papel do Estado?
Recentemente o
governo anunciou a redução tarifária para consumidores residenciais e
industriais, tão logo tomaram conhecimento da decisão governamental as empresas
se debruçaram sobre as planilhas de custos para buscar meios de manter a
lucratividade do negócio. Os resultados destes estudos já podem ser sentidos na
prática, centenas de trabalhadores estão sendo demitidos.
Para os
“iluminados” técnicos do governo e das empresas estas demissões não passam de
ajustes necessários, para os demitidos e suas famílias estas demissões
significam a escuridão do desemprego e o choque da falta de respeito
profissional.
A
rentabilidade das empresas de distribuição de energia sempre foi alta, pois na
privatização o governo sempre ficou com os segmentos deficitários ou menos
lucrativos. A ANEEL e outros órgãos que
atuam na regulação do setor elétrico não poderiam reduzir gradualmente as
tarifas e permitir uma assimilação de forma menos impactante, por parte das
empresas? A redução da carga tributária incidente sobre as tarifas não foi
suficiente para amenizar este impacto? As concessionárias realmente precisam
demitir, ou mais uma vez se aproveitam de ações isoladas do governo para saciar
seu irracional apetite por lucros?
Ocorre que
estes eletricitários são aqueles que se especializaram e acumulam mais
conhecimento técnico do setor, agora são penalizados por terem bom desempenho e
receberem melhores? A perversa lógica capitalista recomenda a demissão de
trabalhadores com maiores salários; salários. Nos últimos anos ocorreu forte
redução do quadro de trabalhadores, mas o número de consumidores tem crescido.
Vem mais exploração por aí.
A AOESP é
veemente contra qualquer demissão
decorrente do ajuste tarifário, a tecnologia deve estar a serviço da
melhoria da qualidade do serviço prestado e não para dedurar trabalhadores que
buscam defender seus empregos junto aos seus sindicatos. Afinal de contas
quando é para entregar carta de oposição nos sindicatos às empresas permitem e
até estimulam o uso de veículos por parte de seus funcionários, e as ausências
de seus postos de trabalho não são punidas. A liberdade dos trabalhadores se
expressarem deve ser defendida em todos os momentos e não somente quando é
conveniente para a empresa, como é prática da AES Eletropaulo. Eletricitários de todo o Brasil, uni-vos.
São Paulo, Setembro de 2012
Washington Santos (Maradona)
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